2007-08-27
primeiro-ministro
P. desculpe?
T. estava a dizer que os beijinhos é só quando precisavam. depois só nos
desprezam. a mim não, porque eu não lhe bato...
noventa e nove por cento
T. lá estão eles todos à espera...
P. mas é de facto aqui que vive o primeiro-ministro?
T. então não é?! não sei é para que é que ele precisa de tantos guarda-costas.
P. não sei, é de regra...
R. oh minha senhora neste país ninguém faz mal a ninguém. até parece que quanto mais nos batem mais a gente se encolhe.
P. talvez haja alguma razão no que o senhor está a dizer...
T. noventa e nove por cento.
P. mas é de facto aqui que vive o primeiro-ministro?
T. então não é?! não sei é para que é que ele precisa de tantos guarda-costas.
P. não sei, é de regra...
R. oh minha senhora neste país ninguém faz mal a ninguém. até parece que quanto mais nos batem mais a gente se encolhe.
P. talvez haja alguma razão no que o senhor está a dizer...
T. noventa e nove por cento.
2007-08-20
sem com versa
em blog alheio ao mundo dos taxicabs, a passageira encontrou este post ao qual acrescentou este comentário
se calhar o tipo tinha visto, no último tarantino, o gozo frenético mas punitivo das heroínas (o bem) a baterem na traseira do carro do vilão (o mal). ou então limitou-se a verbalizar fantasias de todos (?) os condutores de automóveis, coisas que, como se sabem, facilmente se deixam usar como instrumentos fálicos de agressão. o ps, se pensar na profissão lixada (para evitar o uso da palavra mais apropriada neste caso) do 'seu' motorista de taxi e a comparar com o salário e outras compensações (materiais ou intelectuais) que ele recebe por ela, talvez desculpe, ao edil que nele (tão bem) detectou, a violência da política municipal.
se calhar o tipo tinha visto, no último tarantino, o gozo frenético mas punitivo das heroínas (o bem) a baterem na traseira do carro do vilão (o mal). ou então limitou-se a verbalizar fantasias de todos (?) os condutores de automóveis, coisas que, como se sabem, facilmente se deixam usar como instrumentos fálicos de agressão. o ps, se pensar na profissão lixada (para evitar o uso da palavra mais apropriada neste caso) do 'seu' motorista de taxi e a comparar com o salário e outras compensações (materiais ou intelectuais) que ele recebe por ela, talvez desculpe, ao edil que nele (tão bem) detectou, a violência da política municipal.
2007-08-13
sem título
do paradise driver
It was a night of action, adventure and excitement. For everyone, except me.
...
Later in the evening I picked up a nice family out of El Lay from Safeway back to Wailea. They expressed an interest in living on Mau'i when they reached their sunset years. I told them that it is not as idyllic as it seems from a tourist POV. On any given day 100 people move here from the mainland. One year later maybe 1 of those is still on Mau'i. They can't adapt to the culture shock. We are the richest "third world" nation and the operative phrase is "THIRD WORLD". The way things run here is like nowhere else in America. I've harped on this before, as my regular readers are aware. Mau'i is not Lodi nor Springfield and is definitely not El Lay, "Shy Town" or NYC. Anyone thinking about living here should probably take an extended leave-of-absence before selling the ol' family estate. Come and rent a place for a year before casting your lot. This way you have something to fall back on when everything goes to hell-in-a-handbasket.
...
Well, I made it through the week. I sure hope this Quasimodo hunchbacked stance I've developed starts fading over my days off.
I know, I know. Life's a bitch and then you die.
It was a night of action, adventure and excitement. For everyone, except me.
...
Later in the evening I picked up a nice family out of El Lay from Safeway back to Wailea. They expressed an interest in living on Mau'i when they reached their sunset years. I told them that it is not as idyllic as it seems from a tourist POV. On any given day 100 people move here from the mainland. One year later maybe 1 of those is still on Mau'i. They can't adapt to the culture shock. We are the richest "third world" nation and the operative phrase is "THIRD WORLD". The way things run here is like nowhere else in America. I've harped on this before, as my regular readers are aware. Mau'i is not Lodi nor Springfield and is definitely not El Lay, "Shy Town" or NYC. Anyone thinking about living here should probably take an extended leave-of-absence before selling the ol' family estate. Come and rent a place for a year before casting your lot. This way you have something to fall back on when everything goes to hell-in-a-handbasket.
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Well, I made it through the week. I sure hope this Quasimodo hunchbacked stance I've developed starts fading over my days off.
I know, I know. Life's a bitch and then you die.
"fun times"
do newyorkhack
I had a good night.
...
All night long, each good ride led to the next.
...
As I passed Columbia on my way back downtown, I got flagged by a very pregnant, thirty-something lady dressed in hospital scrubs and a stethoscope. She had a phone to her ear and, when she got in, said, "59th and Amsterdam." But then a second later, she said, "Actually 59th and 3rd." And then another second later, "Let's make that 59th and Lex."
Finally she hung up the phone and said, "I'm sorry. My husband was barking orders at me on the phone."
We didn't talk for the rest of the ride.
I had a good night.
...
All night long, each good ride led to the next.
...
As I passed Columbia on my way back downtown, I got flagged by a very pregnant, thirty-something lady dressed in hospital scrubs and a stethoscope. She had a phone to her ear and, when she got in, said, "59th and Amsterdam." But then a second later, she said, "Actually 59th and 3rd." And then another second later, "Let's make that 59th and Lex."
Finally she hung up the phone and said, "I'm sorry. My husband was barking orders at me on the phone."
We didn't talk for the rest of the ride.
sem título
do fogareiro
Troquei uma «corrida» por um livro de poesia. Foi assim: o Nuno Silva, um bom amigo e agora também editor (Sombra do Amor), telefonou-me para transportar o último livro do jovem poeta M. Tiago Paixão («l´étranger the outkast ou o quarto sem ar»). No final da «corrida» fiz-lhe uma proposta: ele não pagava o serviço do táxi e, em contrapartida, eu ficava com um livro, autografado e tudo pelo autor... Já li e tirei uma conclusão: fiquei a ganhar!
Troquei uma «corrida» por um livro de poesia. Foi assim: o Nuno Silva, um bom amigo e agora também editor (Sombra do Amor), telefonou-me para transportar o último livro do jovem poeta M. Tiago Paixão («l´étranger the outkast ou o quarto sem ar»). No final da «corrida» fiz-lhe uma proposta: ele não pagava o serviço do táxi e, em contrapartida, eu ficava com um livro, autografado e tudo pelo autor... Já li e tirei uma conclusão: fiquei a ganhar!
"Vuelta al trabajo : Terremoto"
do taxista de madrid
Vuelo a trabajar después de unos días de vacaciones, y Madrid está...vacío. No hay nadie en este agosto a pie de puente y de primera quincena.
Los pocos clientes van a aeropuertos ó estaciones. Uno de ellos me dice:
-- Me voy de vacaciones. Lo siento por los que vuelve.---
Y me tengo que callar las palabras.
¡Qué duro es volver cuando media ciudad esta de vacaciones ¡
Será por eso que a las 9.47h tembló la tierra en Madrid y media España. Creo que no ¡ Pero no estoy seguro que mi cabreo interior no se trasmitiera a estrastosfera, rebotara, cayera en Ciudad Real, y sus vibraciones llegaran hasta Madrid.
Lo que me faltaba : terremoto.
Claro que no lo he notado ¡¡
Vuelo a trabajar después de unos días de vacaciones, y Madrid está...vacío. No hay nadie en este agosto a pie de puente y de primera quincena.
Los pocos clientes van a aeropuertos ó estaciones. Uno de ellos me dice:
-- Me voy de vacaciones. Lo siento por los que vuelve.---
Y me tengo que callar las palabras.
¡Qué duro es volver cuando media ciudad esta de vacaciones ¡
Será por eso que a las 9.47h tembló la tierra en Madrid y media España. Creo que no ¡ Pero no estoy seguro que mi cabreo interior no se trasmitiera a estrastosfera, rebotara, cayera en Ciudad Real, y sus vibraciones llegaran hasta Madrid.
Lo que me faltaba : terremoto.
Claro que no lo he notado ¡¡
"inspiração para palestra"
do taxitramas
O passageiro embarcou no táxi com uma expressão muito séria. Informou o local onde desejava ir e não falou mais nada. Parecia preocupado. Achei melhor não puxar assunto.
Sem dizer nada, ele estendeu o braço e pegou um dos exemplares do meu livro, que sempre deixo em exposição sobre o painel do carro. Como o subtítulo diz tudo - "Diário de um taxista" - , resolvi não falar nada.
O homem escolheu uma página qualquer e pôs-se a ler. Com o canto do olho, fiquei controlando as reações dele. Meu passageiro parecia estar preso ao texto. Aos poucos, suas feições foram descontraindo. Mais tarde, já com um sorriso nos lábios, mas ainda sem dizer uma só palavra, ele recolocou o livro no painel.
Curioso, não resisti e perguntei o que ele tinha achado. Ele comentou que o livro parecia bom. Disse que, apesar de nunca ter ouvido falar dele, o tal Mauro Castro parecia competente. Por fim, perguntou se eu conhecia o autor do livro. Respondi que, de certa forma, sim.
A essa altura, paramos na esquina da Garibaldi com a Independência. Fiz um sinal de luz para o Wagner, um jornaleiro amigo meu que trabalha naquela esquina. Ele logo me alcançou o Diário Gaúcho. Disse que tinha acabado de ler minha coluna e, como sempre, achava que eu estava mentindo. Agradeci o elogio.
Abri o jornal e mostrei ao passageiro a coluna que trazia a minha foto. Só então ele se deu conta que o taxista ao seu lado era o autor da coluna no jornal e, por conseqüência, do livro. Ficou espantado!
O resto da corrida foi pura descontração. Ele revelou que estava indo para um congresso sobre educação, no qual seria palestrante. Disse que estava angustiado pois, até embarcar no meu táxi, não tinha nada realmente inspirador para falar à platéia.
O passageiro embarcou no táxi com uma expressão muito séria. Informou o local onde desejava ir e não falou mais nada. Parecia preocupado. Achei melhor não puxar assunto.
Sem dizer nada, ele estendeu o braço e pegou um dos exemplares do meu livro, que sempre deixo em exposição sobre o painel do carro. Como o subtítulo diz tudo - "Diário de um taxista" - , resolvi não falar nada.
O homem escolheu uma página qualquer e pôs-se a ler. Com o canto do olho, fiquei controlando as reações dele. Meu passageiro parecia estar preso ao texto. Aos poucos, suas feições foram descontraindo. Mais tarde, já com um sorriso nos lábios, mas ainda sem dizer uma só palavra, ele recolocou o livro no painel.
Curioso, não resisti e perguntei o que ele tinha achado. Ele comentou que o livro parecia bom. Disse que, apesar de nunca ter ouvido falar dele, o tal Mauro Castro parecia competente. Por fim, perguntou se eu conhecia o autor do livro. Respondi que, de certa forma, sim.
A essa altura, paramos na esquina da Garibaldi com a Independência. Fiz um sinal de luz para o Wagner, um jornaleiro amigo meu que trabalha naquela esquina. Ele logo me alcançou o Diário Gaúcho. Disse que tinha acabado de ler minha coluna e, como sempre, achava que eu estava mentindo. Agradeci o elogio.
Abri o jornal e mostrei ao passageiro a coluna que trazia a minha foto. Só então ele se deu conta que o taxista ao seu lado era o autor da coluna no jornal e, por conseqüência, do livro. Ficou espantado!
O resto da corrida foi pura descontração. Ele revelou que estava indo para um congresso sobre educação, no qual seria palestrante. Disse que estava angustiado pois, até embarcar no meu táxi, não tinha nada realmente inspirador para falar à platéia.
2007-08-09
o taxista e a taxista
para lá, a passageira teve a agradável surpresa de se encontrar sentada atrás de uma doce cabeça feminina, de cabelo muito claro, à qual perguntou se era estrangeira. ao que a taxista respondeu que não, que era portuguesa e que a claridade do cabelo provinha da idade e não da nacionalidade. para cá, deparou com umas terríveis trombas masculinas, e, depois de entrar, contra-feita, num carro parado a contra-gosto, lá teve de lidar, muito contra-riada, com um taxista sempre muito contra-produtivo.
- a avó achou que este senhor era bem educado? perguntou a minha m. à saída.
- uma verdadeira besta, respondi desabrida.
- ele assim não pode dar bons exemplos aos netos, comentou, sempre filosófica, a minha m.
como contra-ponto contei-lhe a história da senhora taxista referindo que, em contra-partida, ela era a boa-educação em pessoa.
- a avó achou que este senhor era bem educado? perguntou a minha m. à saída.
- uma verdadeira besta, respondi desabrida.
- ele assim não pode dar bons exemplos aos netos, comentou, sempre filosófica, a minha m.
como contra-ponto contei-lhe a história da senhora taxista referindo que, em contra-partida, ela era a boa-educação em pessoa.
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